Good Life - One Republic

domingo, 15 de janeiro de 2012

AMOR É SÍNTESE

Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...

Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.



Mário Quintana

sábado, 14 de janeiro de 2012

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

domingo, 13 de novembro de 2011

Por onde andei?

 Por onde tenho andado?
 Bom, tenho estado por aí, entre as esquinas da vida tentando viver a vida real enquanto a vida imaginada insisti não dar às caras.
Ando meio sumido daqui, confesso!
Mas a vida tem me dado umas rasteiras, que se não fosse assim também, não seria VIDA!
E como já dizia Viviane Mose: "Se em sua não existirem conflitos, coloque a barba de molho, porque alguma está muito errada!"
Neste ínterim de tempo tenho pensado.
Pensado sobre mim, sobre os outros, sobre as coisas.
Existe algum propósito para estarmos aqui?
Por que temos que, necessariamente, estar com alguém para estar junto? Para estar feliz?
Existirá será um fim para todas as coisas?
Qual o sentido disso tudo?

Pulgas que não me saem de trás da orelha...

Prosa Patética

Nunca fui de ter inveja, mas de uns tempos pra cá tenho tido.
As mãos dadas dos amantes tem me tirado o sono.
Ontem, desejei com toda força ser a moça do supermercado.
Aquela que fala do namorado com tanta ternura.
Mesmo das brigas ando tendo inveja.
Meu vizinho gritando com a mulher, na casa cheia de crianças,
Sempre querendo, querendo.
Me disseram que solidão é sina e é pra sempre.
Confesso que gosto do espaço que é ser sozinho.
Essa extensão, largura, páramo, planura, planície, região.
No entanto, a soma das horas acorda sempre a lembrança
Do hálito quente do outro. A voz, o viço.
Hoje andei como louca, quis gritar com a solidão,
Expulsar de mim essa Nossa Senhora ciumenta.
Madona sedenta de versos. Mas tive medo.
Medo de que ao sair levasse a imensidão onde me deito.
Ausência de espelhos que dissolve a falta, a fraqueza, a preguiça.
E me faz vento, pedra, desembocadura, abotoadura e silêncio.
Tive medo de perder o estado de verso e vácuo,
Onde tudo é grave e único. E me mantive quieta e muda.
E mais do que nunca tive inveja.
Invejei quem tem vida reta, quem não é poeta
Nem pensa essas coisas. Quem simplesmente ama e é amado.
E lê jornal domingo. Come pudim de leite e doce de abóbora.
A mulher que engravida porque gosta de criança.
Pra mim tudo encerra a gravidade prolixa das palavras: madrugada, mãe, Ônibus, olhos, desabrocham em camadas de sentido,
E ressoam como gongos ou sinos de igreja em meus ouvidos.
Escorro entre palavras, como quem navega um barco sem remo.
Um fluxo de líquidos. Um côncavo silêncio.
Clarice diz que sua função é cuidar do mundo.
E eu, que não sou Clarice nem nada, fui mal forjada,
Não tenho bons modos nem berço.
Que escrevo num tempo onde tudo já foi falado, cantado, escrito.
O que o silêncio pode me dizer que já não tenha sido dito?
Eu, cuja única função é lavar palavra suja,
Neste fim de século sem certezas?
Eu quero que a solidão me esqueça.


P.S. - E faço dela as minhas  palavras.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Quais são as razões válidas para se terminar um relacionamento?

Desde quando é tão fácil largar alguém?
O que acontecera aos tempos que um beijo ruim, um cigarro ou um desejo ridículo faziam parte de cada um de nós?
No mercado amoroso atual, é melhor se livrar logo de quem não se comporta bem?
Ou há coisas que devíamos tentar negociar?
Vivemos em uma sociedade onde as pessoas cada vez mais sabem o que querem.
Até que ponto isso é bom? Não estamos escolhendo demais?
Descartamos pessoas num primeiro encontro com uma facilidade muito grande, as vezes nem tentamos conhecer de fato aquela pessoa, tentar mais uma vez, dar uma chance pra ver o que acontece. Quem sabe aquele pequeno defeito que percebemos num primeiro momento não é substituído por um belo sorriso, um olhar carinhoso, uma inteligência incrível?
Mas é isso que fazemos, descartamos e vamos para o próximo esperando que "o próximo" seja finalmente o príncipe encantado e, confesso, eu sou um daqueles que descartam num primeiro momento.
Mas já tentei dar uma chance pra ver o acontece. Já insisti algumas vezes pra tentar fazer dar certo.
E na maioria das vezes, meu sexto sentido estava correto. Não era pra dar certo.
Mas então por que fico com uma raiva danada quando sou descartado?
Acho sou aquela pessoa da música do Léo Jaime 'A Fórmula do Amor'.
Tentativas, tentativas, tentativas...
Pra quem realmente a coisa acontece? Pra quem realmente dá certo? Ah, lembrei....Cinderela!!!!


"Eu tenho o gesto exato, sei como devo andar
 Aprendi nos filmes pra um dia usar
Um certo ar cruel de quem sabe o que quer
Tenho tudo planejado pra te impressionar;
Luz de fim de tarde, meu rosto em contra-luz
Não posso compreender, não faz nenhum efeito
A minha aparição será que errei na mão
As coisas são mais fáceis na televisão
Mantenho o passo alguém me vê
Nada acontece, não sei porque
Se eu não perdi nenhum detalhe
Onde foi que eu errei..."

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Solidão

“Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear oufazer sexo... Isto é carência!Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade! Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância!
Solidão é muito mais do que isto... SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma." Chico Buarque

Quando será que realmente acontece?

Será que a história de "Uma Linda Mulher" aconteceria na vida real? E Cinderela? Romeu e Julieta? Jack e Rose? Enis del Mar e Jack Twist?
Ultimamente voltei a questionar se essas coisas são realmente verdadeiras, se tudo que fazemos não é para imitar algo que vemos sendo propagado pela mídia. Ando meio amargo, eu sei. A vida tem me deixado assim. Por que não eu? Por que nunca acontece comigo? Será que num vou sentir nunca a sensação de amar e ser amado? Por que é tão difícil alguém se interessar por mim? Olhar pra dentro de mim, nutrir sentimentos. Quando será que realmente acontece? Será que vai acontecer? Começo a duvidar cada vez mais. Nunca namorei na adolescência, não pude. Meu desejo, que nem mesmo eu entendia, ia contra todas as práticas aceitáveis. Estava me descobrindo enquanto gay em uma época que inexistia internet e, muito menos, qualquer tipo de informação. Como queria as vezes ter sido do lado da maioria, dos 'heteros'. Ter me apaixonado, namorado na adolescência. Saindo de um relacionamento e entrando em outro. Nunca fui assim. Pra mim as coisas sempre foram muito mais difíceis, mais complicadas, mais complexas mesmo. Me tornei adulto, e pouco mudou. Continuo sozinho. Esperando. Esperando. Alguém. Todos ao meu redor possuem. Alguém.Quando será que realmente acontece? Pra quem realmente dá certo? Cinderela?